Páginas

quarta-feira, 12 de julho de 2017

LOBSTER

Formados por Ricardo Martins (bateria) e Guilherme Canhão (guitarra) e nascidos em Lisboa, os Lobster são dois e não temem ninguém. Intitulam-se power-rangers do noise rock, mas ao contrário dos super-heróis, não possuem super-poderes. Isto, pelo menos, se considerarmos que a química que os une não é em si um super-poder. Cansaram-se de combater o crime e nos últimos tempos incendiaram palcos sempre que para isso tiveram oportunidade, não só em Portugal mas também em Espanha e em França. Com a devida urgência na pele e electricidade nas mãos, editaram música através dos meios que estavam ao seu alcance – o CDR e as netabels. Fizeram mossa desde os primeiros tempos, transformaram-se rapidamente numa das melhores bandas portuguesas ao vivo. Sexually Transmitted Electricity foi o primeiro bilhete de identidade da dupla depois de algumas licenças prévias que ficaram para a história. Ao longo de doze temas, os Lobster consubstanciam um encontro improvável de riffs impossíveis com percussão igualmente improvável. Conseguem-no através de um conjunto de temas que fizeram parte da carteira dos Lobster (registados em Fast Seafood) e algumas criações recentes – todas elas no vermelho, no limite. Rock matemático mas com a sensibilidade suficiente para ser indubitavelmente belo - assim é aquele que consideram como o primeiro de todos os temas, “Farewell Chewbacca”, metade sova metade beleza. Rock sem rede de segurança e com som a fazer justiça. Sexually Transmitted Electricity, produzido por Paulo Miranda e Rodrigo Cardoso no AMPstudio em Viana do Castelo, foi um documento que apanhaou os Lobster no seu melhor momento. Não chegou nem tarde nem cedo. Chegou mesmo a horas. Tamanha urgência merecia um disco assim – uma estreia mais do que notável. Mais do que concretizar de desejos e expectativas, nesse disco, os Lobster diluíram as influências que lhes apontavam inicialmente e construíram algo próprio – e transmissível. Tal como se esperava, conseguiram registar a força e premência das actuações ao vivo e ainda provocar um abanão no panorama musical português. Aí, mais do que nunca, os Lobster fizeramjustiça ao lema ou que os acompanha há já algum tempo e que ameaça ficar para sempre: “Keep it Brutal”. [André Gomes]

DISCOGRAFIA

 
FAST SEAFOOD [MP3, Merzbau, 2005]

 
SPLIT [c/Veados Com Fome] [CD, Lovers & Lollypops, 2006]

 
SPLIT [c/Debut!] [CDR, Merzbau, 2006]

 
SEXUALLY TRANSMITTED ELECTRICITY [CD, Bor Land, 2007]

 
SPLIT [c/The Sound of Typewriters] [7"EP, RockIt/Sleep City, 2009]

COMPILAÇÕES

 
ANIMAL REPETITIVO [CDR, Searching Records, 2005]

 
NÃO RESISTIR SÓ E NÃO SÓ RESISTIR [CD, Mata, 2006]

 
UM ANO DE BAILARICO [CDR, Lovers & Lollypops, 2006]

 
NOVOS TALENTOS FNAC 2007 [CD, FNAC, 2007]

PRESS
Novos Instrumentais, Gonçalo Palma, Blitz 1110 de 07-02-2006