Oriundos de Linda-a-Velha e nascidos durante a década de 80 com uma sonoridade inicialmente pós-punk, os Astronauta Desaparecido eram, na sua origem, Fred, António Dias e Carlos Raimundo. Encarados pelos seus próprios membros como uma espécie de side project escapista, os Astronauta Desaparecido foram sendo retomados e abandonados múltiplas vezes ao longo dos anos até que, em inícios de 90, foram reactivados de uma forma mais comprometida e já direccionados para uma sonoridade assente na electrónica e no experimental. Carlos Raimundo (baixo, computador de percussão, sampler) era membro dos Duplex Longa e algumas portas se lhe abriam por essa altura. Mantinham-se Fred (guitarra, sampler) e António Dias voz, sampler, manipulação de fitas magnéticas, guitarra), bem como a RX5, uma caixa de ritmos. Em 1990 produzem e distribuem uma maquete sob a forma de cassete onde constam os temas "Veronika" e "Porco do Mar". Se o primeiro tema se aproximava do passado, com uma sonoridade embuída do espírito melódico característico de parte considerável das bandas do universo 4AD, o segundo era já dançavel, com influências EBM. Em certa medida, o grupo estava a ser, em Portugal, um dos pioneiros daquilo a que hoje se chama "apropriacionismo". Com base em fragmentos retirados a músicas comercialmente difundidas, via disco, o seu objectivo era utilizar esse material caído no domínio público como um imenso banco de dados sonoros, tanto assim que dificilmente esses fragmentos eram reconhecíveis no resultado final. A música da banda passava muito pela mistura de elementos de famílias musicais totalmente distintas. Esteticamente, tratava-se de um híbrido entre o ambientalismo e o noise, com ressonâncias rock e influências da corrente industrial, sempre com motivações experimentais. Em 1991, já com um novo line up, agora reduzido apenas a Carlos Raimundo e a Carlos Paes, bem como com a preciosa ajuda de quatro gravadores de cassetes, leitor de CD, gira-discos, rádio, TV, sampler, caixa de ritmos, processadores de efeitos, percussão, vozes, objectos sonoros, flautas, baixo eléctrico, guitarras e mixing, editaram a cassete "Sound and Fury" pela Tragic Figures, do Porto. Carlos Paes era Rui Eduardo Paes, o crítico que já havia sido produtor do CD "Forças Ocultas" dos Duplex Longa editado pela MTM nesse mesmo ano.
DISCOGRAFIA
SOUND AND FURY [Tape, Tragic Figures, 1991]
Este blogue é uma cópia (feita em boa hora) do extinto Under Review https://underrrreview.blogspot.com/
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