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segunda-feira, 24 de julho de 2017

EMÍDIO BUCHINHO

Nascido em 1963, Emídio Buchinho viveu a sua uma infância em Luanda onde, durante a primeira metade da década de 70, teve contacto com o rock e a música étnica locais que as rádios da colónia debitavam num aparelho que o seu pai tinha numa oficina de electricidade onde trabalhava. Com a independência das colónias portuguesas mudou-se para Setúbal. Aos 15 anos iniciou a sua actividade como guitarrista autodidata e em 1982 formou um projecto de música experimental na parceria de Vítor Joaquim. Estudou guitarra clássica e música em cursos realizados na Academia de Belas Artes de Setúbal e no Instituto Luísa Todi também nessa cidade. Complementou a sua formação no Conservatório Municipal de Château-Thierry, em França, tendo participado activamente nos coros de ambas as cidades. Completou o curso de engenharia de som e cinema no ESTC (Escola Superior de Teatro e Cinema) em Lisboa. Participou em vários workshops sobre estruturas, formas e novas tecnologias na música improvisada, supervisionado por Carlos Zíngaro, Peter Kowald e Richard Teitelbaum, bem como Música e Design de som para cinema, vídeo e jogos supervisionados por Bruce Pennycook. Entre 1997 e 2000 foi assistente do compositor e músico Carlos Zíngaro. No seu extenso currículum, constam participações em concertos de gente ilustre como Carlos Zíngaro, Günter Müller, Carlos Santos, Otomo Yoshihide, Vítor Joaquim, Rudiger Carl, Ulrich Mitzlaff, Matt Wand, Nuno Rebelo, Mike Beck, Miguel Cabral, Phill Niblock, António Chaparreiro, Michelle Agnes, Ricardo Guerreiro, Renato Ciunfrini, José Oliveira, Stefano Zorzanello, João Silva, Adriana Sá, Ben Rubin, Ludger Lamers, Isabelle Schad, Olga Roriz, Margarida Bettencourt e João Natividade, entre outros. Se o crónico problema do cinema português, o som, parece ter sido resolvido de há uns anos a esta parte, deve-se em grande parte ao trabalho de Emídio Buchinho junto de realizadores como Paulo Rocha, Jorge Silva Melo, António Macedo, João César Monteiro ou Fernando Lopes. Com créditos firmados enquanto engenheiro de som, o autor de "Toltech", o seu primeiro álbum a solo, é também um músico de qualidade ímpar, com actividade desenvolvida nos domínios do experimentalismo, da electrónica e da livre improvisação. O seu segundo disco intitulou-se "Transducer" e juntava gravações de campo e instrumentos electrónicos em peças originalmente pensadas para filmes de curta metragem e instalações de arte. Depois de um disco inicial de improvisações estruturadas e/ou editadas, "este segundo trabalho apresentou peças elaboradas para filmes e para instalações de arte. Trata-se de um domínio totalmente oposto ao da improvisação e neste trabalho já o microfone marca presença. É um disco de guitarra eléctrica, onde o autor explorou várias técnicas e linguagens que foi experimentando e gravando em DAT e ADAT. É mais orquestral e funcional.

DISCOGRAFIA

 
TOLTECH [CD, Ananana, 2001]

 
TRANSDUCER (MUSIC FOR FILMS AND INSTALLATIONS) [CD, BE Records, 2002]

COMPILAÇÕES

 
WAY OUT 02: NEW MUSIC FROM PORTUGAL [CD, Ananana, 1999]

 
CALENDA [CD, Rudimentol Records, 2006]

PRESS
Corta e Cola, Rui Eduardo Paes, Promúsica 56 de 09-2001