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segunda-feira, 24 de julho de 2017

DEUS PÃ

Confesso que sempre tive alguma curiosidade sobre este grupo formado no Porto em 1990. Inicialmente denominados “Deus Pã Não Morreu”, foram buscar o seu nome às “Odes” de Ricardo Reis e, sabendo que Pã, deus ligado à natureza, aos rebanhos e grande amante de música, era figura inspiradora das correntes neo-folk, imaginei que a sonoridade da banda se enquadrasse nesse espectro. Estava enganado, pois a banda era praticante de um pop/rock de guitarras banal e sem nada que a distinguisse de milhões de outras bandas do género. Antes dos “Deus Pã Não Morreu” a banda dava pelo nome de Ex-Citações, tendo vencido um concurso de música moderna em Guimarães e também o Concurso organizado pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto. O grupo entretanto dispersou por motivos diversos e o guitarrista José Meireles iniciou a procura de novos elementos que darão origem aos “Deus Pã Não Morreu”. É com a primeira formação integrando Carlos Ribeiro (voz), José Meireles (guitarras), Carlos Copek (baixo), Rui Eduardo (bateria) e Pedro Cardoso (teclados) que gravam o tema “Suicídio” inserido na compilação “Excedentes”. Neste tema “Suicídio”, a banda apresenta um pop/rock esgalhado com predomínio das guitarradas e a mesma desenvoltura que seria apresentada se a canção tivesse como temática beber uma mini numa esplanada no Verão. No ano seguinte, já com a designação reduzida a “Deus Pã”, gravam dois temas para a compilação “Até que o Rock nos Separe”. A formação da banda sofreu algumas alterações, com a entrada de um novo vocalista e baterista, António José Santos e Pedro Maia, respectivamente. Os temas “Fogo” e “Não Podemos Aceitar”, não fogem ao figurino anterior: pop/rock competente, mas anódino, com a guitarra sempre ansiosa por brilhar. Em 1996, dispõem já de várias maquetas gravadas para apresentação nas rádios, a última das quais com quatro temas: “Vida Nociva”, “Sonhos”, “Mulata” e “Uma Janela Ouvidos”, contando com três músicos convidados, um teclista, um saxofonista e uma voz feminina. Pretendiam gravar mais alguns temas tendo em vista enviá-los para apreciação das editoras. A banda finda a sua actividade, sem conseguir gravar o almejado longa-duração, dispersando-se por outros projectos. O vocalista António José Santos segue o seu percurso nos Blunder e posteriormente, na companhia do guitarrista José Meireles passam a integrar os Per7ume.

COMPILAÇÕES

 
EXCEDENTES [CD, In-Édita, 1994]

ATÉ QUE O ROCK NOS SEPARE [CD, Solitária Produções, 1995]

PRESS
Funky Pã, Fernando Magalhães, Público - Pop/Rock de 28-05-1997