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domingo, 23 de julho de 2017

PLAZA

Plaza foi uma banda portuguesa criada em 2003, formada por Simão Praça (voz, ex-Turbo Junkie), Paulo Praça (guitarra, voz, ex-Turbo Junkie), Quico Serrano (teclas, ex-Salada de frutas, ex-Poke), Pedro Saraiva (baixo, ex-Culto da Ira, ex-Dr.Sax), Pedro Moreira (bateria) e Miguel Moreira. Lançaram o disco "Melting Point" em 2005, tendo também colaborado num disco de tributo a Scott Walker editado pela Transformadores. Chegaram a fazer uma muito interessante versão de "White Light White Heat" dos The Velvet Underground para o disco tributo que nunca chegou a sair. Se os Plaza tivessem nascido nos anos 80 seriam um grupo com um sucesso ainda maior do que aquele que alcançaram. Praticantes de um som electrónico, que conheceu o expoente máximo numa década onde os sintetizadores ganharam estatuto de estrelas sob a égide de grupos como Human League, Visage, Heaven 17, Talk Talk, Ultravox ou Dead Or Alive, entre muitos outros. São de facto estas bandas que marcam o som criado pelos Plaza, que como eles recuam aos anos 70 dos Kraftwerk para beber inspiração. Se escutarmos os temas "Drum Machine" e "Electrical Mind", especialmente este último onde aparecem vozes de robot, percebemos o papel importantíssimo que a banda alemã desempenhou no mundo da música. Simão Praça, Paulo Praça, e Quico são artistas que já deram muito à música portuguesa. São pessoas experientes, que não se deixam levar por caminhos mais óbvios. Bastaria um sintetizador, uma guitarra disfarçada, e uma voz para criar um conjunto de temas fáceis e que ficam na ponta da língua, fazendo girar a anca. A banda arranjou uma forma hábil de se desmarcar de muitas das bandas que acima lhe apontamos como influência. Ao ouvirmos faixas como "Easy Date" ou "On a Magazine", onde as guitarras tapam quase sempre os teclados, percebemos que existe um outro movimento dos anos 80 que igualmente marca o som da banda. Falamos da onda neo-romântica, que, de forma tão promiscua, se baralhava com o electro-pop. Falamos de nomes como Duran Duran ou Classic Nouveaux. No entanto, a imagem de marca dos Plaza, deixada pelos singles "(Out) On a Radio" ou "In Fiction" foi a de que não passavam de mais um grupo revivalista que se limitava a copiar o que de melhor se havia criado nos anos 80. Isto não deixa de ter algum fundo de verdade. Porém, devemos louvar os Plaza pelo facto de não terem ido beber apenas a uma fonte. Ao passarem em revista o que de melhor se fez nos anos 80, mostraram ter uma visão muito mais ampla da música que grande parte das bandas actuais, estrangeiras incluídas. Podem dizer que isto já não é novo. É verdade. Mas também é verdade que todos os temas do seu único álbum editado vivem de uma coerência assustadora. Os Plaza não se desviaram, nem por um minuto, dos seus princípios. O resultado foi de tão grande teimosia que os levou a criar um disco com altos e baixos, com algumas faixas a atingirem o brilhantismo e outras a ficar uns furos abaixo. Em 2014, de forma completamente inesperada, reaparecer com um novo álbum, "All Together".

DISCOGRAFIA

 
MEETING POINT [CD, Som Livre, 2005]

 
ALL TOGETHER [CD, Edição de Autor, 2014]

COMPILAÇÕES

 
ANGEL OF ASHES: A TRIBUTE TO SCOTT WALKER [CD, Transformadores, 2005]

PRESS
Ponto de Encontro, António Pires, Blitz 1016 de 20-04-2004