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quinta-feira, 20 de julho de 2017

RIDDLE

Vivia-se o Verão de 1992. O grunge entranhara-se no seio musical alternativo, ao mesmo tempo que o fenómeno britpop começava a ganhar peso. É neste contexto que vão surgir, nos arredores de Lisboa, os Riddle que, pouco tempo depois, gravam uma primeira demo, homónima, que lhes consegue obter alguns concertos e os tornar conhecidos de um público sempre ávido por ouvir rock alternativo. Apesar disso, e de praticarem um som próximo das correntes referidas (factor que os poderia ter tornado hype), durante o ano de 1994 a banda desagrega-se. Passar-se-iam dois anos até que, durante 1996, os mentores do grupo decidem reunir novamente o colectivo. Restando apenas, da formação original, Miguel C. (voz, guitarra) e Jorge Nuno (guitarra), o projecto irá abraçar novos elementos: João Laginha (baixo) e Júlio Alves (bateria). É, portanto, e com esta formação, que irão gravar uma nova demo de quatro temas, alguns dos quais serão incluídos em várias compilações: "Portugal Rock 02", "Promúsica 04" (em ambas com o tema "Smile") e "Nova Independência 03" (com "I’m The One"). Este trabalho afasta-os das referências anteriores, apresentando-os com uma sonoridade mais original, mais rock, embora com um forte sentido melódico e de estrutura pop. Após esta sua reintrodução no panorama alternativo português e dos vários concertos dados, o grupo irá procurar um novo complemento para a sua sonoridade, convidando Nuno Cardoso para ocupar o lugar de teclista. Munida deste novo elemento, a banda decide, em Novembro de 1997, dar início à gravação de um primeiro CD-Single, ao mesmo tempo que iniciam negociações com a Independent Records para a edição do registo. Intitulado "Broken", o disco só verá os escaparates em Junho do ano seguinte. Com um forte apelo radiofónico, o disco aprofunda ainda mais a faceta melódica do projecto, conferindo-lhe, o recurso aos teclados, uma versatilidade de arranjos e densidade compositiva maiores. Seguem-se os concertos promocionais que se prolongam durante todo o ano de 1999. Durante essa fase, Júlio Alves abandona o grupo sendo substituído por Vasco. No ano anterior, o tema "They Say..." é incluído na banda sonora do filme "Pesadelo Cor-de-Rosa" de Fernando Fragata. O grupo manter-se-á activo até cerca de 2004, lançando dois longas-duração por editoras independentes, lutando para se promover. Porém, essa luta nunca foi fácil e desaparecerão sem grande brilho. [Paulo Martins]

DISCOGRAFIA

 
BROKEN [CD Single, Independent Records, 1999]

 
THE NOBLE ART OF SLAVERY [CD, Big Thing, 2000]

 
DON´T WANNA WAIT [CD Single, Big Thing, 2000]

 
SO MUCH [CD, Hypo Records, 2003]

COMPILAÇÕES

 
PORTUGAL ROCK 02 [CD, Independent Records, 1996]

 
NOVA INDEPENDÊNCIA 03 [CD, Nova Independência, 1997]

 
PROMÚSICA 04 [CD, Promúsica, 1997]

 
PESADELO COR-DE-ROSA OST [CD, Columbia, 1998]

 
ALTERNATIVE WORLD [CD, Independent Records, 1999]

 
ROCK SOUND 10 [CD, Rock Sound, 2003]

PRESS
Vigor e Força de Vontade, Raio X nº 10 de 02-09-1998
Primamos pela Qualidade, George Lucas, Promúsica 47 de 12-2000
Palavras Cruzadas, Ana Ventura, Blitz nº 946 de 17-12-2002
Entre o Céu e o Palco, Pedro Trigueiro, Rock Sound nº 10 09-2003