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domingo, 23 de julho de 2017

PAPERCUTZ

Criados em 2004 no Porto por Bruno Miguel Pinto e com a participação da norte-americana Melissa Veras e Francisco Bernardo, os Papercutz sempre se assumiram, segundo o seu mentor, como um projecto de música electrónica de contornos humanos. Trilhando caminho por uma série de estilos aparentemente antagónicos que poderão ir do jazz à electrónica, o grupo foi-se agigantando, cultivando novos elementos em torno do seu cérebro, uma manta de retalhos que se serve das múltiplas possibilidades da música electrónica para se acercar da música pop abrindo portas em vez de as fechar. A internacionalização não foi uma prioridade para Bruno Miguel, foi antes algo verdadeiramente natural, como algumas escolhas estéticas que regem o seu trabalho. O nascimento do grupo remete verdadeiramente quando Bruno Pinto lança, em regime de edição de autor, um pequeno trabalho de nome "Articulated Forms" que era não mais que o resultado da junção de algumas experiências instrumentais do próprio com participações de vozes convidadas. Isto no tempo livre entre ensaios e concertos que tinha com a banda que integrava na altura, os Oxygen. A ideia inicial era simplesmente explorar um registo que misturava a pop e a electrónica com timbres mais refinados. Esse trabalho chega às mãos de Pedro Leitão, responsável pela Test Tube, que lhe propõe a edição, na sua netlabel, de algumas dessas músicas num EP que se intitularia "Nighttime at The Playground". A receptividade ao nível da crítica é simpática e Bruno Pinto decide dar continuidade musical apenas aos Papercutz. Em 2008 surgem na compilação Novos Talentos Fnac que destaca novos artistas portugueses escolhidos por Henrique Amaro. O passo seguinte foi compor um álbum, voltando a trabalhar com a vocalista norte-americana Melissa Veras. Depois de um trabalho de cerca de dois anos nasceu "Lylac", editado pela Apegenine Recordings de Montreal, Canadá. Desta vez a receptividade foi ainda maior e surgem pedidos para apresentar o álbum ao vivo. Um dos temas do álbum ganhou o segundo prémio do "International Songwriting Competition". O júri era composto Tom Waits, Robert Smith, entre outros. É nesta fase que Bruno decide reunir um pequeno núcleo de músicos - Melissa entretanto voltou para os Estados Unidos - para interpretar o álbum ao vivo e dar continuidade ao projecto de uma forma mais humana, com mais atenção aos instrumentos acústicos e à voz. O grupo integra agora Marcela e Bruno. As fontes acústicas como o piano, a guitarra clássica ou o xilofone, passaram a ocupar um maior interesse do autor, em deterimento da maior preponderância dos instrumentos eléctricos dos primeiros tempos. Em 2010, o grupo arrecadou um prémio relativo à categoria "Off The Beaten Track" no The People's Music Awards cuja cerimónia decorreu no The Mass, Brixton Will, em Londres. Este galardão pretendia distinguir anualmente os melhores trabalhos dos novos talentos da música mundial, não assinados ou lançados por pequenas editoras independentes. Ainda nesse ano, os Papercutz editam um novo álbum de remisturas. "Do Outro Lado do Espelho (Lylac Ambient Reworks) é lançado pelo selo inglês Audiobulb Records e inclui remisturas dos temas de "Lylac" feitas por artistas admirados por Bruno PInto: Taylor Deupree, Helios, Jasper TX, Luís Fernandes (peixe:avião, The astroboy), entre outros. O grupo realiza cerca de 50 concertos, participando na edição de 2010 do SXSW em Austin e abrindo o concerto dos High Places realizado no Plano B, no Porto. A banda passou o ano de 2011 em Nova Yorque onde trabalhou com o produtor Chris Coady (Beach House,Yeah Yeah Yeahs, TV On The Radio) naquele que será "The Blur Between Us", disco que verá a luz do dia no ano imediatamente seguinte. Em Abril de 2013 são editados online dois EP's com remisturas de temas do novo trabalho, "Rivers (At Dusk Remixed EP)" e "Where Beasts Die (At Dawn Remixed EP)". "The Blur Between Us", um disco mais obscuro que os anteriores, com fortes influências de algum do mais refinado post punk da década de 80 (The Creatures, Dead Can Dance, Japan) tem edição japonesa no final do ano pela Kilk Records.

DISCOGRAFIA

 
NIGHTTIME AT THE PLAYGROUND [MP3, Test Tube, 2004]

 
LYLAC [CD, Apegenine, 2008]

 
ULTRAVIOLETA RMX'S [CD, Apegenine, 2008]

 
DO OUTRO LADO DO ESPELHO [CD, Audiobulb, 2010]

 
THE BLUR BETWEEN US [CD, Rastilho Records, 2012]

 
RIVERS [MP3, Edição de Autor, 2013]
WHERE BEASTS DIE [MP3, Edição de Autor, 2013]

COMPILAÇÕES

 
BASE ONE: PARADOX CITY [CD, Base Recordings, 2005]

 
NOVOS TALENTOS FNAC 2008 [2xCD, FNAC, 2008]

 
T(H)REE [CD, Cobra, 2010]