Páginas

domingo, 23 de julho de 2017

DAZKARIEH

Formados em Lisboa em 1999, os Dazkarieh apresentaram o seu álbum de estreia em Setembro de 2002 num concerto realizado nas Ruínas do Carmo em Lisboa. O disco foi gravado nos Estúdios Margem Sul e teve produção de dois membros da banda - Vasco Ribeiro Casais e Filipe Neves - e de Francisco Santos, tendo sido masterizado por Luís Delgado. A edição foi da responsabilidade da Associção Juvenil Bigorna. Os membros do projecto eram, à data, Vasco Ribeiro Casais, Hugo Fernandes, Filipe Duarte, Filipe Neves e Marie Beatriz Lúcio. O disco teve uma tiragem limitada a 2 mil exemplars e cedo esgotou até voltar a ser reeditado em 2007. Actualmente constituídos por Vasco Ribeiro Casais (bouzouki, nyckelharpa, flautas, gaita de-foles e didjeridoo), Luís Peixoto (bouzouki irlandês, bandolim e cavaquinho), Helena Madeira (voz, percussões) e Baltazar Molina (cajon, darabuka, riqq, bendir, tar e adufe), os Dazkarieh já passaram por inúmeras formações, próprias de um grupo sujeito a um processo de amadurecimento. A sua música continua a ser catalogado como World Music e em certa medida essa classificação faz algum sentido pois o grupo incorpora, na sua sonoridade, a formação musical diferenciada dos seus instrumentistas, para viajarem por várias culturas musicais do planeta, partindo da vontade inequívoca da exploração e da fusão de instrumentos e de elementos musicais com origens distintas. É ao vivo que as suas prestações se apresentam mais revigorantes, criativas e coloridas, sendo um colectivo muito apreciado e requisitado em muitos festivais internacionais. Cedo cresceram, tornando-se num dos mais activos e originais projectos da música portuguesa. Com uma alargada formação (entre 7 e 10 músicos), conseguiram um estatuto de banda de culto. A primeira transformação no grupo deu-se em 2003, com a mudança de formação e consequente alteração ao nível musical, passando a banda a incorporar novos estilos musicais, ampliando os instrumentos usados e gravando um segundo álbum discográfico em 2004, "Dazkarieh II" conheceu duas edições distintas. Uma primeira, que teve uma distribuição de 5 mil exemplars com o Jornal Blitz e uma segunda, de luxo, numa caixa de madeira de mil exemplares, editada pelo grupo, e imediatamente esgotada. Neste segundo álbum, o grupo arrisca pela primeira vez as canções em português, convidando, para isso, o escritor Tiago Torres da Silva, autor da maioria dos poemas em português. O ano de 2004 marcou o fim da segunda formação dos Dazkarieh e do seu número alargado de músicos. No ano seguinte, a banda reduz-se a quatro elementos e, uma vez mais, inicia uma busca de outros sons que os obriga a proceder a um inevitável realinhamento do seu repertório que surge agora mais centrado na busca de um som mais coeso e na exploração e transformação de temas tradicionais portugueses. Assiste-se, com esta formação, a uma experimentação sem limites que acabou por conduzir ao inconfundível som do grupo. 2005 é marcado pela edição de uma compilação inédita e exclusiva para a editora livreira Gailivro que teve uma tiragem de 33 mil exemplares, esgotados pouco tempo depois da sua edição. O CD acompanhava o livro "Eldest" de Christopher Paolini. Esta edição granjeou ao grupo o reconhecimento público que até então lhes havia escapado e, sobretudo, a conquista de um público mais jovem. De registar ainda o facto de, num só ano, a banda tocar mais de 50 vezes. O ano de 2006 marca o lançamento do terceiro álbum de originais, "Incógnita Alquimia", com letras tradicionais, de Joana Negrão, Baltazar Molina e Tiago T. Silva e o começo da internacionalização do grupo com concertos em Espanha e Canadá (no Festival de Verão do Québec, um dos maiores da América do Norte). Esta internacionalização, leva-os em 2007 a várias paragens no estrangeiro, como México, Cabo Verde, Espanha, Polónia, Alemanha, República Checa, Áustria ou Estónia. Mais uma vez, ultrapassam a fasquia dos 50 concertos no mesmo ano, marca bastante assinalável no panorama da música world. "Incógnita Alquimia" consegue ser distribuido físicamente no Reino Unido, Alemanha e Polónia e digitalmente em todo o mundo, nas principais plataformas existentes. O ano de 2008 marca a consolidação dos Dazkarieh como banda eminentemente internacional, dando mais espectáculos no estrangeiro que em Portugal. É sem dúvida o "Ano Alemão", país onde fizeram uma digressão de 15 datas. Actuaram também na Bélgica, Polónia e Suíça, sendo nomeados na Alemanha para um importante prémio de música folk como a melhor banda do ano. Em 2009 lançam o album "Hemisférios", um duplo em que o grupo demonstra definitivamente as suas duas facetas: exploração de temas de tradição e os seus originais. A banda apresentou "Hemisférios" em Lisboa, esgotando o cinema S. Jorge, e realizou duas digressões por terras germânicas. Marcam também presença na Malásia, como cabeças de cartaz do Rain Forest World Music Festival, tocando para um público frenético de mais de 8 mil pessoas. Em 2009 foi altura da comemoração dos 10 anos de carreira. Em 2010 no Festival Bons Sons é registada a maior lotação de todas as edições deste festival no dia do concerto de Dazkarieh. Com este concerto não só os Dazkarieh continuam a mostrar a óptima música portuguesa ainda existente e que vai surgindo, como ainda a capacidade de evolução e inovação dentro da música portuguesa como da banda em si. Actuam também pela primeira vez no Palco 25 de Abril da Festa do Avante para 25 mil pessoas. Entram em 2011 com o seu quinto album, "Ruído do Silêncio" comprovando que se sentem confortáveis e realizados com a sonoridade  apresentada. No espaço de dois meses fazem 23 concertos no estrangeiro e em Portugal para apresentar o novo disco, incluindo mais um grande lançamento para um cinema S. Jorge, em Lisboa, cheio para os receber. Em Maio 2011 vêm o seu single do novo albúm, "Tempo Chão" integrar a novela da TVI "Remédio Santo. O grupo é, nesta altura, compost por Vasco Ribeiro Casais (nyckelharpa, bouzouki, gaitas-de-foles) e Joana Negrão (voz, gaita-de-foles, adufe, pandeireta), contando com a colaboração ao vivo por parte de Rui Rodrigues (guitarra, cavaquinho) e de João Campos (bateria).

DISCOGRAFIA

 
DAZKARIEH I [CD, Edições Bigorna, 2002]

 
DAZKARIEH II [CD, Edições Bigorna, 2004]

 
ELDEST [CD, Gailivro, 2005]

 
INCÓGNITA ALQUIMIA [CD, Heptatrad, 2006]

 
HEMISFÉRIOS [CD, Heptatrad, 2009]

 
RUÍDO DO SILÊNCIO [CD, Galileo Music Communication, 2011]

 
ETERNO RETORNO [CD, Galileo Music Communication, 2012]

COMPILAÇÕES

 
PORTUGAL EXPRESSÃO PORTUGUESA [CD, Megamúsica, 2006]

 
FMM SINES 2006 [2xCD, CM Sines, 2006]

PRESS
Indústria OVNI, Mário Lopes, Blitz nº 887 de 30-10-2001
Pura Mistura, António Pires, Blitz nº 934 de 24-09-2002
Ser Onda de Mar, Rita Guerreiro, Blitz 1028 de 13-07-2004