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terça-feira, 11 de julho de 2017

TRÊS TRISTES TIGRES

Em 1992, na sequência da dissolução dos Ban, a cantora Ana Deus inicia um novo projecto musical com a escritora e professora universitária Regina Guimarães, responsável pelas letras, e com a teclista Paula Sousa, então em processo de saída dos Repórter Estrábico. O projecto assume o nome Três Tristes Tigres e inicia, no Verão, a preparação de um primeiro álbum. Em Setembro, Paula Sousa abandona de vez os Repórter Estrábico. Pouco depois, assinam contra­to com a EMI-Valentim de Carvalho. No início do ano seguinte, iniciam as gravações do álbum de estreia com TeImo Marques, teclista dos GNR, como produtor, e a participação do ex­-guitarrista dos GNR, Alexandre Soares. Rui Reininho, cantor dos GNR, irá posteriormente «reproduzir» o disco, com as misturas finais a cargo de Marques. Durante o Verão, Paula Sousa assumirá as teclas nos concertos dos Bramma. O disco é editado em Outubro desse ano, sendo intitulado de "Partes Sensíveis". Composto por três versões (uma das quais para o clássico de Friedrich Hollãnder popularizado por Marlene Dietrich «Blue Angel», reintitulado «Anjazul») e 11 inéditos com letras de Regina Guimarães e Ana Deus e músicas do ex-Ban Ricardo Serrano, Ana Deus e Alexandre Soares, com títulos como «A Mei­guice Explicada às Ovelhas», «Branca de Neve 1993», «A Alegria de Estar Cansada», «Desca­potável» ou «Ao Deus Dará». Dentro de uma estética de «tecno-pop-cabaret» influenciada em partes distintas por Kurt Weill e pelos GNR, o álbum é muitíssimo bem recebido pela crítica e dele sai um single que se toma num grande êxito de rádio, «O Mundo a Meus Pés», a canção pop mais acessível de todo o disco. Em Fevereiro de 1994, com "O Mundo a Meus Pés" a tomar-se num enorme êxito de rádio, "Partes Sensíveis" é reeditado com uma nova capa, utilizando imagens do teledisco realizado por Regina Guimarães e José Pinheiro para o tema, sem que o álbum dispare comercialmente. Paula Sousa inicia o seu afastamento do projecto, na sequência de divergências com Ana Deus e Regina Guimarães. Em Setembro actuam na Festa das Marés, con­certo de lançamento da Expo-98, na Doca dos Olivais, onde apresentam a sua nova formação de palco: Ana Deus, Alexandre Soares, agora membro do projecto a tempo inteiro, o guitarrista Paulo Praça, igualmente dos Turbo Junkie, o baterista Cláudio Figueiredo, ex-Zero, e o baixista Paulo Filipe. Em Fevereiro de 1995, iniciam as gravações do segundo álbum, co-produzido por Quico e por Alexandre Soares. Este último considera o trabalho menos acessível e mais experimental. O disco, chamado "Guia Espiritual" é imediatamente aclamado como um dos grandes discos de produção nacional de 1996. [Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa]

DISCOGRAFIA

 
PARTES SENSÍVEIS [CD, EMI-VC, 1993]

 
GUIA ESPIRITUAL [CD, EMI-VC, 1996]


ZAP CANAL [CD Single, EMI-VC, 1996]

 
COMUM [CD, EMI-VC, 1998]

 
VISITA DE ESTUDO [CD, EMI-VC, 2001]

 
BANDAS MÍTICAS [CD, Lenoir, 2011]

COMPILAÇÕES

 
VARIAÇÕES: AS CANÇÕES DE ANTÓNIO [CD, EMI-VC, 1993]

 
BIENAL LISBOA 1994 [2xCD, SEJ, 1994]

 
MAIS VALEM 36 MÚSICAS NO SAPATINHO [2xCD, União Lisboa, 1996]

 
ALTA VOLTAGEM [2xCD, MCA Música, 1997]

 
10 JUNHO 1998 [CD, EMI/Rádio Cidade, 1998]

PRESS
Cabaret Surrealista, Hugo Moutinho, Blitz nº 425, 22-12-1992
Partes Sensíveis, Espíritos Invisíveis, António Pires, Blitz nº 466, 05-10-1993
À Rédea Solta, Cristina Duarte, Blitz nº 468, 01-10-1993
O Guia da Pop e das Outras Coisas, Jorge Lopes, Blitz nº 593, 12-03-1996 [CAPA]
O Ano do Tigre, Fernando Magalhães, Público nº 2208, 27-03-1996
Cumplicidades, Jorge Manuel Lopes, , Blitz nº 729 de 20-10-1998
Comum-de-Três, Patrícia Lemos, Promúsica nº 23, 12-1998
O Bem da Matéria, Jorge Manuel Lopes, Blitz nº 737, 15-12-1998
Paragem de Autocarro, Rodrigo Affreixo, Blitz nº 881 de 18-09-2001