Páginas

quinta-feira, 13 de julho de 2017

OVELHA NEGRA

Paulo Pedro Gonçalves (ex-Faíscas, ex-Corpo Diplomático, ex-Heróis do Mar, ex-LX-90) emigrou, durante a década de 90, para Londres onde, para além de ter feito parte activa dos Kick Out of The Jams, abriu, em parceria com a sua esposa, Andreia, um atelier e loja chamado Pavement que alcançou um interessante grau de reconhecimento, vestindo personalidades ou bandas do meio musical como David Bowie ou Blur e tendo participado na criação de roupa para o filme "Velvet Goldmine". Após essa aventura, o músico retorna a Lisboa onde, em parceria com João Ferreira Gomes, cria os Ovelha Negra. Há um excelente texto em "A Trompa" que descreve de forma muito objectiva o que este projecto representou: "Ignorado do grande público, como infelizmente se imagina, o projecto Ovelha Negra foi uma interessante pedrada no charco da lusofonia do final de século. Projecto de algum "fado eléctrico" (como lhe chamaram na altura), de um "rock afadistado" ou de uma "electrónica castiça", o projecto pop e experimental Ovelha Negra (é disso que se trata) é uma criação pessoal de Paulo Pedro Gonçalves, posteriormente colorida pelo interessante trabalho de programação de João Ferreira Gomes (ex-Kick Out The Jams). Obviamente, não é um disco de fado (ainda que alguns temas naveguem bem dentro das suas margens), é acima de tudo um disco que explora os sons, os instrumentos, a história da música reescrevendo-a, é um disco experimental e também por isso, nem sempre com grande coerência interna. Pouco importa, é isso que por outro lado lhe confere a beleza – arte em viagem, cruzando múltiplas estéticas. "Por Este Andar Ainda Acabo a Morrer em Lisboa" é um disco que dá hoje mais prazer do que deu há alguns anos atrás. Não tenho dúvidas. Passe o trabalho das guitarras e da electrónica e resta referir o trabalho de voz e aqui, deve admitir-se que as interpretações de Miguel Gameiro (Pólo Norte) e de Rita Guerra são das mais curiosas e estimulantes do disco. O enquadramento do timbre no conceito é único e de um ajustamento quase perfeito. Um disco a revisitar, sem dúvida…"

DISCOGRAFIA 

 
POR ESTE ANDAR AINDA ACABO A MORRER EM LISBOA [CD, BMG, 1998]

RÁDIO INTERNACIONAL SAUDADE [CD Single, BMG, 1998]

 
EU FUI ANDAR PELA NOITE [CD Single, BMG Ariola, 1998]

 
ILUMINA [CD, Eter Music, 2012]

COMPILAÇÕES

 
PROMÚSICA 17 [CD, Promúsica, 1998]

 
COSMOPOLITAN [CD Single, BMG, 1998]

PRESS
Entre Lisboa e Londres, Miguel Francisco Cadete, Blitz nº 707 de 19-05-1998
Destaque, Promúsica 17 de 05-1998
Saudade Rima com Liberdade, Miguel Cadete, Blitz nº 726 de 29-09-1998
Fado, Loops e Guitarradas, Patrícia Lemos, Promúsica 20, 09-1998 [CAPA]
Chega de Saudade, Lia Pereira, Revista Blitz 79 de 01-2013