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quinta-feira, 6 de julho de 2017

CONJUNTO DE OLIVEIRA MUGE

O Conjunto de Oliveira Muge, originário de Ovar, era inicialmente constituído por José Muge (piano), Joaquim Silva (baixo e vocalista), Alberto Capitão (acordeão), António Biscaia (bateria) e António Policarpo (viola e vocalista). As suas primeiras actuações remontam aos longínquos anos de 1959-1960, onde actuaram ao vivo em Ovar, no Café Progresso e Orfeão de Ovar e ainda noutras localidades do distrito de Aveiro, assim como no Porto, nos estúdios da RTP, com dois programas em directo e no Rádio Club Português (RCP/Norte). o final da década de 50, António Oliveira Muge (já falecido) foi o primeiro a partir da sua terra natal para Vila Pery, em Moçambique. Aí, António Muge e mais tarde o seu irmão José Oliveira Muge, conjuntamente com António Policarpo Oliveira Costa e o Victor (um militar pertencente ao batalhão ali existente), formaram o grupo. Começaram a notabilizar-se rapidamente, pois com um nível fora do comum, abrilhantavam bailes, festas e outros eventos, na região de Manica e Sofala. Quando da passagem de José Muge e de Policarpo por Lourenço Marques, elementos do Rádio Clube de Moçambique foram ao paquete Infante D. Henrique, onde viajavam, convidá-los para fazer um programa ao vivo no auditório dos seus estúdios, programa esse que teve um grande sucesso. Foram também convidados pelo comandante do paquete para ficar no navio como conjunto residente, em alternância com o que já lá actuava. Victor, entretanto, face à retirada para Portugal do batalhão a que pertencia, teve de deixar o conjunto, entrando para o seu lugar o António Biscaia, que, entretanto, vindo de Portugal, se juntou ao agrupamento, continuando o António Muge a tocar o contra-baixo. Os êxitos iam-se repetindo, agora já fora das nossas fronteiras, especialmente em Salisbury, na Rodésia, onde todas as sextas-feiras iam aos estúdios da televisão local fazer o “Seven Three Oh Show”, em horário nobre. De novo em Moçambique, Biscaia, por motivos imprevistos, teve de abandonar o conjunto, entrando para o seu lugar o José Violante que tocava baixo, passando o António Muge para a bateria. Em 1965 foi editado o primeiro EP do grupo. Em 1966, surgiu a hipótese de se deslocarem à África do Sul, o que veio a acontecer. Em Joanesburgo, nos estúdios da EMI/Parlophone, gravaram o famoso disco, onde se incluía a faixa "A Mãe", de autoria de António Policarpo, tema esse que nessa altura se dizia estar proibido de ser difundido em Portugal, por questões que se interligavam com a guerra do Ultramar. Em 1967 voltaram a Joanesburgo, onde gravaram mais 2 EPs que também foram muito popularizados. Era a época do PopRock, no entanto o seu repertório baseava-se essencialmente na música italiana, espanhola e francesa (eram exímios). De regresso a Moçambique, o conjunto manteve-se activo até cerca de 1974. [Carlos Santos, Blogue Ié-Ié]

DISCOGRAFIA

 
AND THE HEAVENS CRY [7"EP, Importadora, 1966]

 
ON THE ROAD WITH THE CONJUNTO OLIVEIRA MUGE [7"EP, Importadora, 1967]

 
SOSPESA AD UN FILO [7"EP, Importadora, 1967]

 
A MÃE [7"EP, Parlophone-VC, 1968]

 
PIANGE CON ME [7"EP, Importadora, 1968]

LONGE DE TI [7"EP, Roda-J.C.Donas, 1969]

 
MÚSICA PARA DANÇAR [7"EP, Roda, 1975]

COMPILAÇÕES

 
CAZUMBI 01 [LP, No Smoke Records, 2008]

 
CAZUMBI 02 [LP, Groovie Records, 2009]