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segunda-feira, 17 de julho de 2017

V12

Os V12 foram, sem dúvida nenhuma, uma das bandas mais representati­vas do Heavy-Metal português. Originários do Algueirão (Sintra), começam a tomar forma como projecto musical nos princípios de 1984. Na sua constituição estão Rui Fingers (guitarra), Paulo Ossos (guitarra), Rafael Maia (voz), José Paulo (baixo) e Carlos (bateria). Em 1985 Carlos abandona o grupo sendo substituído por Alberto Garcia. Em 18 de Julho de 1987 o grupo grava a sua primeira demo tape num pequeno estúdio instalado na casa de Xana, vocalista dos Rádio Macau. Produzida por Ricardo, irmão de Xana, a demo incluia 4 temas: "Demons Call", "Born To Die", "Hot And Sweet" e "Tales Of Glory". Nesse mesmo dia os V12 proporcionam o seu primeiro concerto no Pavilhão dos Ferroviários, dividindo o palco com os Black Cross. Um mês depois, em 15 de Agosto, actuam em Mem Martins com os STS Paranoid e com os Satan`s Saints. 1988 abre com uma estreia no palco do Rock Rendez Vous num memorável concerto que é gravado e ainda hoje é recordado pelos headbangers mais veteranos. A gravação foi passada de mão em mão, permitindo uma exposição inesperada ao projecto que passa a ser conhecido um pouco por todo o país. Após uma série de bons concertos, o guitarrista Paulo Ossos é incorporado no Serviço Militar Obrigatório e os V12 deixam de dar sinais de vida durante um longo período. To Zé Brito, o então director da Polygram, andava interessado em contratar o grupo mas exigia que o vocalista fosse substituído e que cantasse em português. Esta inacreditável exigência criou atritos no seio da banda, com Rafael Maia a ser ostracizado pelos restantes elementos. Em Julho de 1988 dá-se a ruptura e o abandono do vocalista. Só em Janeiro de 1989 é admitido Jorge Martins, o novo vocalista dos V12. Em Abril assinam contrato com a Polygram sob as condições impostas pelo seu responsável. A gravação daquele que será o primeiro longa duração dos V12 ocorre nos Angel I Studios entre Novembro e Dezembro desse ano e debaixo da tutela do produtor Emanuel Ramalho (Rádio Macau). Homonimamente intitulado, o disco é editado em Março de 1990 e nesse mesmo mês o grupo faz-se á estrada iniciando uma tour nacional. O disco é recebido com enorme desconfiança por parte dos admiradores da banda, porém acaba por ser comercialmente bem sucedido. Com o baterista Alberto Garcia a decidir dedicar-se então aos Mler Ife Dada, o seu outro grupo, dá-se a necessidade de contratar um novo baterista, sendo o posto ocupado por Filipe, antigo elemento dos Mortífera. Após uma fase caracterizada por uma exposição a que não estariam certamente habituados, tocando nalgumas primeiras partes dos Xutos & Pontapés para plateias com cerca de 5 mil pessoas e surgindo com alguma frequência na TV, os membros do grupo chegam a uma encruzilhada em que têm que decidir se desejam continuar a carreira de músicos ou dedicar-se às suas profissões ou cursos. A segunda hipótese parece ter sido a vencedora e o grupo dá por findas as suas actividades. Em 1992 ainda ocorrerá uma tentativa de reunião já com alguns novos elementos como Luciano Barros (baixo) e Celia Lawson (voz), chegando os V12 a gravar uma demo com 13 temas cantados em inglês e actuar por 3 ou 4 vezes. Porém, a magia há muito que havia desaparecido tendo-se deixado de se ouvir nos V12 em 1993.

DISCOGRAFIA

 
V12 [LP, Polygram, 1991]

 
CLAUSTROFOBIA [7"Single, Polygram, 1991]

 
ROCK RENDEZ VOUS 1988 [DVD, Metal Soldiers, 2013]

 
THE DIEHARD TAPES [2xCD, Metal Soldiers, 2013]

CASSETES
Demo Tape 1987 (4 Temas, 11:14)

PRESS
Querer Chegar a Todas, Pedro Cardoso, Blitz nº280 de 13-03-1990
Chopin não estava lá, Leopardo Sujo, Blitz nº326 de 29-01-1991
V12, José Santos, Ritual nº2 de 03-1991
Conto de Fadas, António Maninha, Blitz nº433 de 16-02-1993