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sábado, 8 de julho de 2017

OS GOLPES

Projecto formado por Manuel Fúria (voz, guitarra), Pedro da Rosa (guyitarra), Luís (baixo) e Nuno Moura (bateria). Há quem refira que, numa maré crecente de nostalgia dos anos oitenta, os Golpes misturam três das melhores bandas que o pop-rock português já criou: têm muito de Heróis do Mar, bastante dos Sétima Legião e no seu lado mais roqueiro, um pouco dos Xutos. Depois de 2 anos de ensaio de um futuro, Os Golpes foram paridos em 2008. A banda, oriunda de Lisboa, afirma não só uma forma de fazer música rock muito portuguesa, como vinca uma portugalidade que não se via desde os Heróis do Mar: a iconografia das fardas, a cruz de Cristo, um primeiro teledisco filmado em Alter do Chão e até a utilização da grafia róque e pópe para confirmar esta ideia. Os Golpes – que no início eram 400, em homenagem ao filme do Truffaut –, recordam a new wave nova-iorquina das guitarras punk abrasivas e ondulantes, os Television numa esquina e os Talking Heads noutra, mas com a matriz dos ritmos portugueses (o fado, sempre o fado como mapa) a substituirem os ritmos da música negra que David Byrne, por exemplo, foi buscar), mas também ao rock que marcou a viragem de milénio, com os Strokes como pontas de lança de um movimento que serviu, especialmente, para mostrar que o género não estava moribundo e que as guitarras continuavam bem actuais. Manuel Fúria faz ainda a ponte com a família Flor Caveira, selo fundamental no crescendo que tem tido o novo rock cantado na língua de Camões, com a sua promotora Amor Fúria, que tem levado todos estes projectos um pouco por todo Portugal, com um trabalho ímpar e digno de registo, que faz eco de uma outra vaga de rock português: o boom dos anos 80. Após a edição do primeiro longa duração, Os Golpes fizeram-se à estrada e dada a boa receptividade com que foram recebidos, decidiram gravar um CD, para ser oferecido em dois concertos. Este “meio disco” composto por seis canções e que, na sua edição original, teve uma capa de pele, acabou também por chegar, durante 2011, ao circuito comercial sob a designação de "G". Em grande medida, a "culpa" foi de “Vá Lá Senhora”, uma excelente composição onde Os Golpes apadrinhados por Rui Pregal da Cunha. "G" teve, na sua versão definitiva, direito a oito canções.

DISCOGRAFIA

 
CRUZ VERMELHA SOBRE FUNDO BRANCO [CD, Amor Fúria, 2009]

 
G [Edição Limitada] [CD, Amor Fúria, 2010]

 
G [Edição Comercial] [CD, Amor Fúria, 2011]

COMPILAÇÕES

 
DEPÓSITOS DE INÚTEIS [CD, Optimus Discos, 2010]

 
T(H)REE 02 [CD, Cobra, 2012]