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quarta-feira, 19 de julho de 2017

OS EKOS

Formados em 1963, no bairro de Campo de Ourique em Lisboa, os Ekos são uma das referências mais importantes daquilo que ficou conhecido como o “yé yé”. Na origem da banda esteve o vocalista Edmundo Falé, vindo dos Baby Twisters, outro grupo lisboeta. A formação inicial incluía ainda Mário Guia (bateria), António Joaquim Vieira (baixo), Jorge Santos (guitarra ritmo) e João Camilo Júnior (guitarra solo). Em 1964 conhecem Cliff Richards, o vocalista dos britânicos The Shadows em Albufeira. Como os Ekos gostavam muito dos temas do grupo inglês, contrataram um segundo vocalista, Zé Luís, que cantava todas as canções dos seus ídolos que o público pedia nos seus espectáculos. Ainda em 1964, Edmundo Falé abandona Os Ekos e junta-se ao Conjunto Mistério, outra famosa banda da época, que estaria na origem do Quarteto 1111. Em 1965 editam o seu primeiro EP, através da Alvorada. Nos espectáculos, ao vivo, para além de tocarem alguns originais, o grupo faziam versões dos The Rolling Stones, The Beatles ou The Animals, tornando-se muito apreciados pelo facto. Um novo EP é lançado em 1965 e um outro no ano imediatamente seguinte sendo que este último tinha a particularidade de incluir apenas originais da banda. Nesse mesmo ano, o grupo sofre uma remodelação de elementos devido ao serviço militar obrigatório relacionado com a guerra colonial, ficando apenas Mário Guia e João Júnior da formação original. Para os lugares dos restantes elementos entram Zé Nabo, Luís Paulino e Tony Costa. Este último fica encarregado das teclas e a banda sofre, também, uma evolução no seu estilo musical enveredando por temas originais cantados em inglês com uma sonoridade mais beat. Ainda em 1966 é editado um novo EP com 4 temas, entre os quais “Secret Love” e “Baby On My Mind”. Mantendo uma actividade quase frenética editam em 1967 um outro EP com os temas “I Saw That Girl”, “A Place In Your Heart”, “Nova Geração” e “We’re Gonna Be Free”. Após terem aceite acompanhar Magdalena Pinto Basto, uma nova estrela da sua editora, nas gravações do EP de estreia da cantora, João Júnior decide ir viver para Angola e apenas Mário Guia se manteve como elemento da formação original, tendo decido terminar com a banda. Pouco depois tornar-se-ia empresário dos Objectivo, uma das bandas mais importantes do cenário rock português. No início dos anos 70, alguns elementos de Os Ekos que haviam estado em Angola resolveram reformar a banda e incluir nela uma secção de metais, à maneira de bandas como os Chicago ou os Blood Sweat And Tears. Mário Guia não aceitou participar nesta nova aventura. A banda será, assim, constituída por Jorge Santos, António Vieira, Zé Luís, Carlos Teixeira e Franklin Simões. Será com esta formação que gravarão em 1970 o último EP do grupo. "Habitat 736" trata dos dias que passaram no Ultramar. O tema "Senhora dos Tratados" não pôde ser gravado na sua versão original devido à censura, tendo sido publicado com nova letra e com o título "Sol e Paz". Mário Guia ainda se manterá ligado à música por muitos anos dado ter sido ele o fundador do Rock Rendez Vous, a sala que durante mais de uma década será a mais importante do circuito rock nacional. [Aristides Duarte]

DISCOGRAFIA

 
ESQUECE [7"EP, Alvorada, 1965]

 
DIZ QUE ME AMAS [7"EP, Alvorada, 1965]

 
 [7"EP, Alvorada, 1966]

 
VERSÁTEIS EKOS [7"EP, Alvorada, 1967]

 
I SAW THAT GIRL [7"EP, Alvorada, 1967]

 
SOL E PAZ [7"EP, Alvorada, 1970]

COMPILAÇÕES

 
BIOGRAFIA DO POP-ROCK [2xCD, Movieplay, 1997]

 
OS REIS DO RITMO [CD, EMI, 2003]

 
PORTUGUESE NUGGETS 01 [LP, Galo de Barcelos, 2007]

 
PORTUGUESE NUGGETS 02 [LP, Galo de Barcelos, 2007]

 
PORTUGUESE NUGGETS 03 [LP, Galo de Barcelos, 2007]

 
THE WILD 60's SOUNDS FROM PORTUGAL [LP, Galo de Barcelos, 2007]