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quinta-feira, 13 de julho de 2017

FLAK

Fundador dos Rádio Macau em 1984, Flak tem sido, desde essa data, um dos principais guitarristas na área do pop rock português, apesar de sempre ter estado ligado a projectos paralelos de cariz mais alternativo na exploração de outras sonoridades. Em 1990 criou um grupo chamado A Máquina do Almoço dá Pancadas, dedicado à música experimental e que chegou a editar algumas faixas numa das compilações da El Tatu. Em 1998, numa fase de inactividade do seu principal grupo, decidiu lançar-se em nome próprio, tendo editado um álbum bastante interessante mas que passou completamente despercebido ao público nacional. Finalmente, em 2001, já com os Rádio Macau finados, cria, em parceria com Carlos Morgado, um novo projecto a mover-se na área da electrónica, os Micro Audio Waves. Esta sua mais recente aventura foi muito bem recebida pelos melómanos, tendo recebido boa aceitação no estrangeiro onde John Peel os acarinhou, tendo igualmente actuado numa das edições do festival espanhol Sonar e ganho o Qwartz Electronic Music Awards para o melhor álbum e vídeo clip. Flak tem também um extenso currículo enquanto produtor, tendo trabalhado nesta vertente com artistas muito variados como Jorge Palma, Bunnyranch, Radio Macau, Requiem ou Mau. Compôs ainda bandas sonoras e tocou pontualmente com uma infindável quantidade de nomes da música nacional. Sobre a sua carreira em nome próprio, toda ela datada de 1998, refira-se o facto de ter sido nela que se vislumbra a ligação entre o universo formatado dos Rádio Macau e a vontade do artista em experimentar, o que sempre acabou por fazer nas suas restantes aventuras em parceria com outros músicos. Como referiu inteligentemente Rui Dinís em tempos, "com uma base rock de guitarra, baixo e bateria, todo o disco gira posteriormente em volta da introdução de novos toques nesse novo universo: são novos sons, novos instrumentos, são samplers incluídos, são flautas, violinos e claro, alguns sintetizadores. Uma combinação diferente". Sobre este trabalho é também reter a opinião publicada em 2005 por Rosa dos Sons: "uma jóia neo-psicadélica de guitarras eléctricas e acústicas, violinos, orgão e um ramalhete caleidoscópico de achados sonoros. As melodias e o volume das guitarras combinam perfeitamente na pop luminosa de Sei Onde Me Vou Perder, A Dama do Lago e O Imenso Adeus enquanto em Antonov (com as suas referências narcóticas, muito 60s) e O Relógio Parado os arranjos acústicos conferem um toque pastoral. O atmosférico De Azul em Azul, um prodígio de simplicidade com a voz dolente da XANA tentando contrariar o fluxo inexorável da batida, aponta caminhos já sugeridos em Marca Amarela e mais tarde consolidados em Onde o Tempo Faz a Curva. É o único tema que não é cantado voz de Flak mostra algumas limitações mas até essa fragilidade acaba por se dar bem com o carácter singelo do disco. Um álbum esquecido e que merecia melhor sorte".

DISCOGRAFIA

 
FLAK [CD, BMG, 1998]


IMENSO ADEUS [CD Single, BMG, 1998]

 
SEI QUE NÃO ME VOU PERDER [CD Single, BMG, 1998]

COMPILAÇÕES

 
INSURRECTOS [LP, Área Total, 1991]

 
VOZ & GUITARRA [2xCD, Farol Música, 1997]

 
COSMO [CD Single, BMG, 1998]

 
AO VIVO NA ANTENA 3 [2xCD, Nortesul, 1998]

 
XX ANOS XX BANDAS: XUTOS & PONTAPÉS TRIBUTO [CD, EMI-VC, 1999]

 
AR DE ROCK 20 ANOS DEPOIS [CD, EMI-VC, 2000]

PRESS
Margem de Certa Maneira, Miguel Francisco cadete, Blitz nº 560 de 25-07-1995
O Sapateiro e o Rabecão, António Pires, Blitz nº 575 de 07-11-1995
Laboratório dos Anos 602, Cláudia Galhós, Blitz nº 696 de 03-03-1998
Uma Guitarra Embebida em Álcool, João Carlos Callixto, Raio X nº 4 de 04-1998
Simplesmente Flak, Isabel Teixeira, Promusica 17 de 05-1998 [CAPA]