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quinta-feira, 20 de julho de 2017

EZRA POUND E A LOUCURA

Banda lisboeta fundada em 1981 por Jorge Martins Ferraz (na altura, no âmbito deste projecto, pretendia chamar-se Deus da Guerra), Vítor Inácio (que acompanhou Jorge Ferraz até ao projecto God Spirou, com excepção de João Peste & O AcidoxiBordel) e Ondina Pires (mais tarde, Pop Dell’Arte e The Great Lesbian Show). Pela banda passaram ainda João Peste, Madalena Gurka (bateria), António Viegas e Paulo Riço (baixo). O projecto existiu entre 1981 e 1985, dissolvendo-se nessa altura com os diversos músicos a seguirem os seus respectivos caminhos. Tratava-se de um grupo bastante experimental, dadas as evidentes limitações técnicas dos distintos intervenientes, ainda em fase embrionária de carreira. O grupo acabou por se tornar mais conhecido pela curiosa designação do que propriamente pela música que (não) deixou gravada. Chegou a falar-se da edição de um disco numa entrevista que Ferraz deu a Rui Monteiro e foi publicada numa das primeiras edições do jornal Blitz. O escriba descrevia, então - não sem que se notasse alguma hesitação nas suas palavras -, que "esta música é descaradamente boa, os músicos sabem o suficiente para a interpretar criando o ambiente que desejam e arredandopara os lados os increus fariseus que só pensam em alienar-se numa pista de dança mas é verdade que esta música não é simplista nem agradável de entender por quem não queira pensar na violência de existir ou pelo menos admitir que haja pessoas assim sem arrepiar a pele e erguer os rostos aos céus". Depois concluia que, apesar de original, a música dava umas piscadelas de olho aos sons de Manchester... 

PRESS 
Tenebrosa Lucidez, Rui Monteiro, Blitz nº4 de 27-11-1984