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sábado, 1 de julho de 2017

CORSAGE

Nascidos em Almada em 2003 e criadores de uma deliciosa sonoridade pop independente na senda de grupos como The Go-Betweens ou Orange Juice fazem igualmente recordar, no nosso plano, os Entes Queridos, uma das bandas mais injustamente esquecidas da história da nossa música urbana. Pedro Temporão (baixo, ex-Actvs Tragicvs, Cello, Raindogs), Henrique Amoroso (voz, percussão, ex-Lufada Dar), Carlos António Santos (teclas, acordeão, igualmente ex-Actvs Tragicvs, Cello, Raindogs), Nuno Damião (guitarra, trompete) e Rui Coelho (bateria). A música é por vezes melancólica por vezes dançável,por vezes intimista, por vezes com anseios épicos, mas de curta duração como deve ser toda a pop inteligente. De referir que este projecto surgiu numa altura em que os Raindogs ainda existiam, o que se justifica pela necessidade de alguns dos músicos comuns criarem um espaço onde pudessem dar origem a composições menos escuras e outonais características da anterior banda. Apesar de projecto assumido inicialmente como paralelo, tal não significa que os Corasge fossem encarados como um mero passatempo, tendo vindo paulatinamente a merecer reconhecimento por parte do público e da crítica. Com apenas um EP homónimo editado em 2004 pela Camouflage Records, os Corsage conseguiram ver o seu registo de estreia reconhecido como o segundo melhor de 2004, segundo os ouvintes da Rádio Universidade de Coimbra, numa votação realizada no programa Santos da Casa e viram o seu vídeo "Wedding By The Mall" conquistar também a primeira posição no TOP5 do programa “Ultrasons” transmitido pela RTPN. Já em 2005, os Corsage gravaram uma versão para "Rhymes Of Goodbye" de Scott Walker, que fez parte da compilação tributo "Angel Of Ashes" editada pela Transformadores, dedicada a este artista. No seu primeiro EP, os Corsage contaram ainda com a participação de Matt Howden, que toca violino em "The Getaway" e "Friendly Sun". Matt Howden, para além da sua carreira a solo, é ainda membro dos Raindogs, Hawthorn e Sol Invictus. Em 2009 regressam com um excelente disco, do melhor que a música portuguesa nos deu este ano. São canções singelas, carregadas de uma leveza que nos deixa com um sorriso nos lábios. Nenhum detalhe é descurado. A produção é discreta, deixando os artistas brilharem.

DISCOGRAFIA