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segunda-feira, 24 de julho de 2017

HOJE

O projecto Hoje começou em 2009 como a partir de uma ideia de Nuno Gonçalves dos The Gift: a de trazer os fados de Amália Rodrigues para o universo da pop contemporânea. Depois de tomar como ponto de partida um arranjo musical do clássico "Gaivota", Gonçalves recrutou a sua colega nos The Gift, Sónia Tavares, Fernando Ribeiro dos Moonspell e Paulo Praça (ex-Plaza, Turbo Junkie) para cantar as novas versões. "Formiga Bossa Nova", "Abandono", "Foi Deus", "Grito", "Nome de Rua" e o tema em francês "L'Importance C'est La Rose" foram algumas das canções escolhidas para passarem pela lupa de teclados, cordas e bateria de Nuno Gonçalves e as vozes menos dadas às andanças do fado de Tavares, Ribeiro e Praça. Depois de um processo de gravação que levou Gonçalves a Londres com a London Session Orchestra, o disco, "Amália Hoje", chegou às lojas em Abril de 2009, tornando-se rapidamente num caso de sério de popularidade. O álbum conquistou o primeiro lugar da tabela de vendas no mês do seu lançamento, contagem onde se manteve durante mais de 20 semanas, tornando-se o disco mais vendido desse ano em Portugal. Com tão bons resultados comerciais, os Hoje repetiram a fórmula de sucesso no palco. Depois de esgotarem os Coliseus do Porto e Lisboa em Outubro de 2009, seguiu-se uma digressão nacional que se prolongou até 2010, encerrando-se logo de seguida o projecto.

DISCOGRAFIA

 
GAIVOTA [CD Single, La Folie Records, 2009]

 
AMÁLIA HOJE [CD, La Folie Records, 2009]

 
AMÁLIA HOJE AO VIVO [CD+DVD, La Folie Records, 2010]

COMPILAÇÕES

 
FNAC GUIMARÃES [CD, FNAC, 2009]

GAITEIROS DE LISBOA

Formados em 1991, os Gaiteiros de Lisboa estrearam-se discograficamente em meados da década de 90 com o álbum "Invasões Bárbaras", mas no currículo de um dos mais originais grupos portugueses brilhavam já colaborações dos vários membros da banda com músicos como José Afonso, Sérgio Godinho e José Mário Branco. Aproveitando a experiência artística de cada um - bem como um gosto profundo pela tradição - e, em simultâneo, pelo prazer de inovar, os Gaiteiros de Lisboa lançaram-se então numa longa viagem que ainda dura. No leme das operações tem estado, desde sempre, Carlos Guerreiro que, para além de compor e de interpretar as multifacetadas músicas dos Gaiteiros de Lisboa, dá aulas no Centro de Educação Musical do Centro de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian e cria os seus próprios instrumentos numa reinvenção da tradição portuguesa. O borbulhofone e os tubarões (instrumento de percussão composto por tubos de grande dimensão) são alguns dos seus contributos para o léxico português, juntando-se às gaitas -­ transmontanas, galegas, escocesas ou galegas -­ às quais o grupo gosta de prestar homenagem. Recolhendo, por todo o país, vozes e sons diversos que, com criatividade, incorporam na sua música, os Gaiteiros de Lisboa não têm pejo em apoderar-se de pinhas, latas ou garrafas e, com elas, dar uma cor diferente a discos e concertos marcados pela surpresa. Aproveitando o saber adquirido noutras áreas artísticas como a televisão, o cinema, o teatro e a publicidade, Carlos Guerreiro conta, nesta sua aventura, com a ajuda de José Manuel David, também professor de Música e membro activo das equipas de recolha de música tradicional portuguesa; José Salgueiro, percussionista que, de 1983 a 1991, tocou nos Trovante e aquando do Porto Capital Europeia da Cultura passou pelo Quinteto de Wayne Shorter; Paulo Marinho, fomentador do ensino, estudo e divulgação da gaita de foles através da Associação "Gaitafolia" e um dos fundadores dos Sétima Legião; Rui Vaz, companheiro de José Salgueiro no projecto Aduf e estudioso da música tradicional portuguesa; Pedro Casaes, contrabaixista com provas dadas no mundo das bandas-sonoras para cinema e teatro e Paulo Charneca, percussionista dos Aduf, bem como membro dos Tocá Rufar e dos Tribus Unidas, um grupo de percussão afro-cubana. Juntos, os sete portugueses têm levado a música do nosso país a várias regiões de Portugal e ao estrangeiro. A participação dos Gaiteiros de Lisboa no Festival Atlantic Waves.valeu-lhes, por exemplo, uma nomeação para a categoria "Escolha do Público" nos prémios dos BBC World Music Awards, ao lado dos também portugueses Mariza e Madredeus. No final do ano, "Macaréu" surgiu ainda, destacado, nas listas dos melhores discos nacionais de 2002 ­ um prémio que recompensou o esforço dos Gaiteiros de Lisboa, que ao quarto álbum juntaram a poesia de Fernando Pessoa, Alexandre O'Neill e Amélia Muge às melodias tradicionais, aos instrumentos inventados e à colaboração de figuras como Pacman dos Da Weasel. Tudo em edição de autor, depois de quebrada a ligação com a editora Farol. Depois de editado o álbum "Sátiro" em 2006, os Gaiteiros de Lisboa perderam, devido a desentendimentos insanáveis, um dos seus membros, o percussionista e baterista José Salgueiro. O grupo passa depois por um processo tormentoso para encontrar uma editora que publicasse "Avis Rara". Chegam a apresentar ao vivo o disco em 2010 mas só dois anos depois o conseguem editar pela editora Orfeu. Sérgio Godinho, Ana Bacalhau (Deolinda) e o açoriano Zeca Medeiros foram os convidados.

DISCOGRAFIA

 
INVASÕES BÁRBARAS [CD, Farol Música, 1995]

 
BOCAS DO INFERNO [CD, Farol Música, 1997]

 
DANÇA CHAMAS [2xCD, Farol Música, 2000]

 
MACARÉU [CD, Aduf Edições, 2002]

 
SÁTIRO [CD, Adufmúsica/Sony, 2006]

 
BANDAS MÍTICAS [CD, Lenoir, 2011]

 
AVIS RARA [CD, D'Eurídice, 2012]

COMPILAÇÕES

 
MAIS VALEM 36 MÚSICAS NO SAPATINHO [2xCD, União Lisboa, 1996]

 
BLITZ'97: OS MELHORES DE 97 [CD, EMI-VC, 1998]

 
EXPLORATORY MUSIC FROM PORTUGAL 01 [CD, Calouste Gulbenkian, 2001]

 
EXPLORATORY MUSIC FROM PORTUGAL 02 [CD, Calouste Gulbenkian, 2002]

 
MOVIMENTOS PERPÉTUOS [2xCD, Universal, 2003]

 
FMM SINES 2006 [2xCD, CM Sines, 2006]

 
SONS DE VEZ 10 ANOS [2xCD, CM Arcos de Valdevez, 2012]

 
VOZ E GUITARRA 02 [2xCD, Sony, 2013]

PRESS
Levantados do Chão, António Pires, Blitz nº 574 de 31-10-1995
A Dança dos Guerreiros, António Pires, Blitz nº 578 de 28-11-1995
A Folia do Espírito, António Pires, Blitz nº 710 de 09-06-1998
Infernaria de Sons, Patrícia Lemos, Promúsica 18, 07-1998
Folia do Espírito, António Pires, Blitz nº 680 de 11-11-1998
Como Gravar Um Disco ao Vivo, Gonçalo Frota, Blitz nº 839 de 28-11-2000
Por Outro Rio Acima, Gonçalo Frota, Blitz nº 917 de 28-05-2002
20 Anos, 52 Pessoas, António Pires, Blitz 1028 de 13-07-2004

CARLOS BICA

Carlos Bica é um contrabaixista e compositor português que trabalha com alguns dos melhores músicos do mundo. A sua zona de maior conforto chama-se Trio Azul, projecto onde junta os seus esforços aos de Jim Black e Frank Möbus, mas também já editou a solo através da extinta editora nortenha, Bor Land. Vivendo com um pé em Berlim e outro em Lisboa, Bica recebeu um convite para gravar nos estúdios da rádio de Berlim (RBB) e fê-lo de forma motivada, tendo esse labor resultado no longa duração "Single", um disco de contrabaixo a solo editado pela desaparecida editora. Por outro lado, os trabalhos do Trio Azul foram maioritariamente lançados pela editora alemã Enja que beneficia de distribuição mundial. "Single" afasta-se dos trabalhos anteriores e dos padrões jazz mais comuns; arrisca aproximações à pop, à música clássica, à música antiga, à música contemporânea, facto que Bica descreveu claramente como "sendo já um bocado a minha característica: abordar vários tipos de música e tentar que tenha a minha assinatura, que a minha personalidade esteja presente, independentemente de ser uma composição minha ou um tema popular ou uma canção medieval - são coisas que me tocam e que não estão ligadas ao compositor, à época ou ao estilo. No jazz não é propriamente o facto de ser jazz que me agrada em especial, normalmente aquilo de que gosto no jazz é o músico – gosto deste músico que tem um rótulo de jazz, mas gosto de músicos e compositores de áreas completamente diferentes. Eu tenho uma expressão para definir isso que é: “deixar a porta aberta”. E quando as coisas me tocam, passam de certa maneira a ser minhas; assimilo estas coisas que me tocam. E depois trata-se de dar um formato a essas canções/composições de maneira a não se sentir que de faixa para faixa se está a mudar de estilo – é a função do músico conseguir uniformizar os vários universos. Por outro lado tenho formação de música clássica, pop e rock foi com o que cresci, o jazz e a improvisação conheci mais tarde e eu vejo-me num universo onde todas estas linguagens coexistem". A música de Carlos Bica sugere inúmeras imagens abstractas e estados de espírito. Bica foi também o autor de uma versão de “Paris, Texas”, para uma compilação lançada no "Dia Mundial da Música" mas o amor pelas covers não é indissociável do músico: na sua discografia com o Trio Azul podemos encontrar "Look What They've Done To My Song", uma canção de Melanie ou "Canção de Embalar" de José Afonso. No caso concreto do "Paris, Texas" o convite foi feito uns dias antes da gravação. O músico já tinha visto o filme de Wim Wenders há muito tempo, mas após voltar a ouvir a versão original achou "É fácil. Mas depois optei por fazer vários overdubs (vários contrabaixos, com pizzicato, com arco) e aquilo tomou um outro carácter, acho que ficou um bocadinho “Paris, Xangai”. Bica fez também parte do projecto Contra3aixos, composto por Carlos Bica, Carlos Barreto e Zé Eduardo e do grupo Diz, na parceria da cantora Ana Brandão.

DISCOGRAFIA

 
AZUL [CD, Polygram, 1996]

TWIST [c/Azul] [CD, Enja Records, 1998]
DIZ [c/Ana Brandão] [CD, Enja Records, 2001]

 
LOOK WHAT THEY'VE DONE TO MY SONG [c/Azul] [CD, Enja Records, 2002]

 
SINGLE [CD, Bor Land, 2005]

 
BELIEVER [c/Azul] [CD, Enja Records, 2006]

A CHAMA DO SOL [c/Kalima + Klammer] [CD, Nabel, 2006]
SPLIT [c/Matéria-Prima] [CD, Clean Feed, 2010]
THINGS ABOUT [c/Azul] [CD, Clean Feed, 2011]

COMPILAÇÕES

 
EXPLORATORY MUSIC FROM PORTUGAL 02 [CD, Calouste Gulbenkian, 2002]

 
MOVIMENTOS PERPÉTUOS [2xCD, Universal, 2003]

 
UMA OUTRA HISTÓRIA [CD, FNAC, 2005]

 
PRESS PROMO 2005 [CDR, Bor Land, 2005]

 
CAN TAKE YOU ANYWHERE YOU WANT [2xCD, Bor Land, 2005]

 
ATLANTIC WAVES 2006 [CD, Calouste Gulbenkian, 2006]

 
BAIRRO ALTO HOTEL [CD, Universal, 2008]

PRESS
A Guitarra Azul, Eduardo Sardinha, Blitz nº 968 de 06-05-2003
A Baía do Bocejo, Eduardo Sardinha, Blitz nº 972 de 17-06-2003
20 Anos, 52 Pessoas, Blitz 1018 de 04-05-2004