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quinta-feira, 22 de junho de 2017

TRABALHADORES DO COMÉRCIO

Em 1979, nos estúdios da RPE, enquanto Rui Veloso ocupava a parte do dia, Sérgio Castro e Alvaro Azevedo, ambos membros dos Arte & Oficio, usam as restantes horas para pôr em prática outras ideias que, para os restantes membros do seu grupo, pareciam inadequadas. Uma mistura de fado, tango, reggae, rock e folclore constituía a base de trabalho para um novo projecto para o qual apenas faltava uma voz. Esse espaço é, pouco tempo depois, preenchido por João Luís Médicis, de apenas sete anos, sobrinho de Sér­gio Castro. Estavam formados os Trabalhado­res do Comércio. Em Julho do ano seguinte, editam o single de estreia "Lima 5" que incluía no lado B o tema "Que Me Di­zes au Cuncurso". Estava já encontrada a per­sonalidade identificadora do grupo, baseada num hilariante bom humor e numa constante paródia ao sotaque portuense. Em Novembro desse mesmo ano lançam o segundo single, "A Cançom Quiu Abô Minsinoue" pelo selo independente Gira. Em Abril de 1981, o grupo dá um salto a Londres para efectuar algumas gravações para o primei­ro álbum. O disco acaba por ser integralmente registado nos Star Force Studios, em Clapham Juntion, junto à margem do Tamisa. Actuam, com sucesso, no programa «Febre de Sábado de Manhã», da Rádio Comercial. Em Junho, um acordo discográfico com a Poly­Gram leva-os a editar nesta multinacional o álbum de estreia "Trips's à Moda do Porto", antecedido pela publicação do single "Cha­mem a Polícia". Entretanto, a Gira, indepen­dente para a qual haviam gravado um dos sin­gles publicados no ano anterior, edita, num formato pirata o mesmo «Chamem a Polí­cia», o que leva os Trabalhadores do Comér­cio aos tribunais. Depois de muitas participa­ções em programas de televisão, o grupo decide-se a tocar ao vivo, compaginando da­tas com os Arte & Oficio. Recrutam jovens músicos como banda de apoio: Miguel Cer­queira, Jorge Filipe e José Santos, este último pouco tempo depois substituído por Carlos Araújo. Em 1982 editam pela Polygram o álbum "NaBra­za". O disco é apontado por alguns como demasiadamente elaborado para o que se esperava do grupo. O insucesso do disco, a dificil fase escolar de João Luís (en­tão com 10 anos) e a pressão dos Arte & Oficio conduziu a uma pausa por tempo indeterminado na carrei­ra do grupo. Em Março de 1986, a convite do Centro Regional do Norte da RTP, Sérgio Castro deita a mão a um tema nunca editado dos Arte & Oficio, grupo entretanto extinto, e transforma-o numa canção candidata ao Festival RTP da Canção. Com os "Tigres de Bengala" concorrem, empatando com Dora. [Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa]

DISCOGRAFIA

 
LIMA 5 [7"Single, Rádio Produções Europa, 1980]

 
A CANÇOM QUIU ABÔ MINSINOUE [7"Single, Gira, 1980]

 
TRIPS À MODA DO PORTO [LP, Polygram, 1981]

 
CHAMEM A POLÍCIA [7"Single, Gira, 1981]

 
CHAMEM A POLÍCIA [7"Single, Polygram, 1981]

 
NABRAZA [LP, Polygram, 1982]

 
TIGRES DE BENGALA S.F.R. [7"Single, Transmédia, 1986]

 
MAIS UM MEMBRO PARA A EUROPA [LP, Tigres de Bengala, 1986]

 
SERMÕES A TODO O REBANHO [LP, Polygram, 1990]

 
CHAMEM A PULISSIA [CD Single, Polygram, 1995]

 
O MILHOR DOS TRABALHADORES DO COMÉRCIO [2xCD, Polygram, 1995]

 
IBLUSSOM [2xCD, Tigres de Bengala, 2007]

 
ARDENMUS OLHUS [CD Single, Tigres de Bengala, 2007]

 
BARES CITADINUS [CD Single, Tigres de Bengala, 2007]

 
NO COLO DO DOURO [CD Single, Tigres de Bengala, 2007]

 
BD POP-ROCK PORTUGUÊS [CD, Tugaland, 2011]


DAS TURMÊNTAS HÁ BOUA ISPERANSA [CD+Book, iPlay, 2011]

COMPILAÇÕES

 
O MELHOR DO ROCK PORTUGUÊS 1980-1984 [CD, EMI-VC, 2003]

 
O MELHOR DO ROCK PORTUGUÊS 1979-1985 [CD, EMI-VC, 2004]

 
FEBRE DE SÁBADO DE MANHà[3xCD, EMI, 2006]

 
O MELHOR DO ROCK PORTUGUÊS 1980-1989 [CD, Farol, 2007]

PRESS
O Rapaz do Lima 5, Pedro Portela, Blitz nº 317 de 27-11-1990
Balentes Mimórias, Nuno Galopim, Diário de Notícias de 04-07-1995
Retrato do Verdadeiro artista, Jorge Manuel Lopes, Blitz nº 601 de 07-05-1996