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sexta-feira, 30 de junho de 2017

MOFO

Em certa medida, no final da década de 80, os Thormenthor, um projecto que assentava bases no estilo death metal, foram arautos desse estilo de música. Depois de terem dado por encerradas as suas actividades, a maioria dos seus músicos surgirá, em 1999, como Mofo, uma banda assente num novo formato que denotava uma nova atitude e evolução no seu estilo musical, sem nunca abandonar ou renegar as suas raízes. Em 2001 editaram o primeiro registo de originais – Project Mofo – reconhecido pela crítica pela sonoridade que deambulava num misto orgânico e industrial. Nas suas prestações ao vivo, os Mofo, debitavam toda a sua criatividade sonora e atitude irreverente, apoiadas num cuidado cénico que reforçava um universo muito próprio do colectivo. O ano de 2004 marcou o regresso dos Mofo aos registos discográficos, com uma nova mutação –The Atari Punks On Dope -, iniciando-se assim um novo capítulo na carreira do grupo. Pelo meio, ficaram lançadas sementes muito interessantes sob a forma de MP3s divulgados no seu site oficial, com remisturas inventivas de temas dos NIN, Slayer, Dead or Alive, David Bowie, FGTH, Gorilazz ou Madonna. As composições dos Mofo surgiam alicerçadas nas componentes mais duras da música electrónica, entre influências rebuscadas ao estilo industrial e recorrências aos géneros mais pesados do rock. Constituídos por João Miguel Fonseca (aka DJ Mofo, voz, guitarra, também membro dos Bizarra Locomotiva, Balla e ex-Thormenthor), Joao Paulo Dias (aka JP Mofo, baixo), Pedro Campos Ferreira (aka Mandrile ou DJ Campus, bateria) e Jorge Fernandes (aka DJ Nebula, guitarra, samplers), os Mofo lembravam Marylin Manson mas, na minha óptica, de quem realmente se mostravam discípulos era dos Nine Inch Nails, a locomotiva musical inventiva de Trent Razor, talvez o mais importante músico deste início de século. O produto final é uma experiência auditiva, no mínimo, diferente do habitual. Estava lançada a raiz sob a forma de um nome ambíguo e contraditório para um projecto que respira ambientes futuristas e emoções agressivas numa banda sonora claustrofóbica ajustável a uma qualquer grande cidade dos nossos dias.

DISCOGRAFIA

 
PROJECT MOFO [CD, Out There Records, 2001]

 
FACES (I HAVE) [CD Single, Out There Records, 2001]

 
THE ATARI PUNKS ON DOPE [CD Single, Metrodiscos, 2004]

COMPILAÇÕES

 
OUT THERE SAMPLER 2002 [2xCD, Out There, 2002]

 
ROCK SOUND 15 [CD, Rock Sound, 2004]

 
ELECTRONICS [CD, Thisco, 2005]

 
PORTUGUESE NIGHTMARE: TRIBUTE TO MISFITS [CD, Raging Planet, 2005]

 
METROPOLIS 79-89 [CD, Raging Planet, 2009]

PRESS
Indústria OVNI, Mário Lopes, Blitz nº 887 de 30-10-2001
Project Mofo, Pedro Completo, Raio X nº 40 de 12-2001 [CAPA]
Orgânica Digital, José Rodrigues, Blitz nº 901 de 05-02-2002
Lama até à Raiz, Rita Guerreiro, Blitz nº 906 de 12-03-2002
Eles Andam Aí, Ana Markl, Blitz 1026 de 29-06-2004
Controlo Pro-Dopping, Dora Carvalhas, Rock Sound nº 20 de 09-2004