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quarta-feira, 21 de junho de 2017

ROCÓCÓ

Nascidos em 1987 no Barreiro com quatro elementos que depois foram aumentando até chegar a oito: Miguel Oliveira (voz), Octávio Ribeiro (guitarra), João Vaz (percussões), José Damelin (sopros), Miguel Talhinhas (voz), Paulo Santiago (percussões), Jorge Ruivo (percussões metálicas), Renato Santos (baixo). Tinham ainda a colaboração nos espectáculos de Paulo Almeida (imagem), Fernando Silva (imagem), Pipi (imagem) e Jorge Tenente (reportagem, seja lá isso o que for!!!). Praticavam um som industrial primário e mediocre que só teve alguma exposição mediática dado serem amigos de algum jornalista... Diziam-se criadores de imagem, mas a única imagem com que se conseguia ficar da sua anti-música era a de uma pobreza franciscana, sobretudo para quem já conhecia o movimento industrial que existia há mais de uma década e iniciado por percursores como os Cabaret Voltaire ou Throbbing Gristle. Ali bem ao lado, em Setúbal, um projecto chamado Hist - que nunca teve qualquer benesse jornalística e de divulgação -, estavam adiantados cem anos relativamente ao que estes pseudo pós-industriais desejariam certamente fazer! Diziam jogar muito com a improvisação mas, na minha óptica que nunca os vi ao vivo mas os ouvi com atenção, a palavra adequada para os caracterizar deveria ser falta de imaginação ou incapacidade criativa. Evocavam Brecht e o poeta remexia-se na tumba! Mas estava na moda, não era?

PRESS
Uma Fábrica de Imagens, António Pires, Manifesto/Blitz nº265, 28-11-1989